As chuvas trazidas pelo fenômeno El Niño e a recessão tiraram a pressão das contas de luz. Com os reservatórios em alta e o consumo de eletricidade em baixa, o governo está desligando aos poucos as termelétricas mais caras, o que reduz o custo de geração e permite a eliminação gradual das taxas cobradas por meio das bandeiras tarifárias. Em paralelo, a redução no valor de outro encargo, a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), deve provocar novo recuo na fatura quando forem anunciados os reajustes anuais das distribuidoras.
Até janeiro, sob bandeira vermelha, os brasileiros pagavam um extra de R$ 4,50 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Em fevereiro, a taxa baixou a R$ 3. Já a partir de 01º de março, passa a valer a bandeira amarela, de R$ 1,50. Logo mais, em o1º de abril o consumidor não terá mais que pagar o encargo adicional do sistema de bandeiras tarifárias, o que deverá baratear a conta de luz em aproximadamente 6,5% em relação a fevereiro. Na comparação com os valores cobrados até janeiro, a diferença será de 10%.
O Ministério de Minas e Energia definiu que a partir desse mês abandeira vigente será a verde, que não encarece a conta de luz. A decisão foi anunciada pelo ministro Eduardo Braga após reunião com o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, e o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Hermes Chipp.
O martelo foi batido devido à recuperação dos reservatórios do Sudeste e do Nordeste. Nesta quinta-feira (25), os reservatórios dessas regiões superaram as marcas de 50% e 30%, respectivamente.
Tais níveis, segundo o governo, garantem que as térmicas que custam mais do que R$ 250 sejam desligadas a partir de 1.º de março e as que custam R$ 211 sejam desligadas a partir de 1.º de abril – são esses custos que definem qual bandeira será vigente para cada mês.
No início do mês, Braga já havia garantido que a bandeira de março seria a amarela. Em uma conta aproximada, quando a bandeira passar para amarela, a conta de luz será reduzida em mais 3%, além dos 3% de desconto já dados em fevereiro, quando a bandeira vermelha recuou para o patamar 1, a chamada “bandeira rosa”.
Outros fatores que ajudaram na decisão são a entrada em operação de novas usinas hidrelétricas e a queda no consumo de energia.
Com informações da GP